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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Deixe de viver de salário em salário

(imagem retirada da internet)
Durante algum tempo passei por alguns problemas financeiros, pois quis a minha independência e queria tudo ao mesmo tempo, desde os móveis aos electrodomésticos, os candeeiros até à decoração das salas. Alguns dos meses contei o dinheiro para chegar até ao fim do mês e tive que o esticar. Levei algum tempo até olhar para trás e perceber que esta situação era toda culpa minha, em virtude das minhas próprias escolhas e hábitos financeiros, e que era possível mudar. Queria uma casa à maneira mas hoje sei que excedi certos gastos para ter o que queria e ainda assim viver e gerir o orçamento para as despesas normais...

Agora as coisas estão muito melhores. Comecei a poupar, paguei as dívidas que tinha com os subsídios de férias, não eram muitas nem elevadas mas ao todo já era um pouco puxado, abri uma conta poupança e já tenho a casa toda mobilada com o que eu queria. As minhas finanças estão muito melhor hoje do que há apenas um ano atrás.

Por isso gostaria de partilhar alguns conselhos que me foram muito úteis e que também aprendi por experiência própria.

Uma coisa de cada vez

Uma das primeiras coisas a fazer é começar a tomar nota de todos os seus gastos, diáriamente, esta é uma recomendação típica de qualquer consultor financeiro, e é um bom conselho. Claro que na prática isso pode-se tornar difícil. O meu conselho é que tente fazê-lo, mas se não conseguir, por algum motivo, não deixe que isso o impeça de melhorar as suas finanças.

Mas, independentemente de conseguir monitorizar os seus gastos ou não(e deve), pelo menos, faça o seguinte:

1. Pare de aumentar as dívidas: Pare de usar os seus cartões de crédito e débito imediatamente. Cancele os cartões de crédito, e tenha apenas um cartão de débito, que pode deixar em casa a maior parte do tempo. Também tem de parar de contrair empréstimos, quer junto de bancos ou de sociedades financeiras ou de amigos ou familiares. Pare de aumentar a dívida.


2. Comece a poupar agora! O segundo passo mais importante é começar uma pequena conta poupança, se ainda não o tiver feito. Comece a depositar nela regularmente, pelo menos 50€ (se for um casal tente 100€) por mês, mas mais se conseguir. Se não consegue poupar entre 50€ a 100€ por mês, veja o próximo passo para saber como o fazer. Torne-o essa poupança num depósito automático, a primeira conta que paga quando recebe, porque é a mais importante! Uma conta poupança irá ajudá-lo a equilibrar as suas finanças - quando surge uma emergência, como o carro avariar ou alguém ficar doente. Se tiver algum dinheiro de lado pode usá-lo para pagar essa emergência, e usar o seu salário para as despesas regulares.

3. Corte nas despesas extraordinárias. Se você não tem 50€ para por de lado por salário, então precisa de cortar em algumas coisas. É aqui que conseguir acompanhar as suas despesas vem mesmo a calhar, mas mesmo se não mantenha esse registo, sabe quais são alguns dos extras em gasta dinheiro (tabaco, café, lanches, doces, sobremesas, jantar fora, revistas, lojas de roupas ou sapatos, livros, sair). Estes são apenas alguns dos exemplos. Eu não digo que é preciso cortar tudo, mas se puder cortar nalgumas coisas, ou apenas numa de cada vez, tudo isso conta. Então, pegue no dinheiro que não gastou nessas coisas superfulas, e coloque esse montante mensamente na conta poupança. E vá aumentado gradualmente a quantidade de dinheiro que vai depositando.

4. Utilize o sistema "bola de neve" para começar a acabar com as dívidas. É um sistema simples. Faça uma lista das suas dívidas e organize-a da menor para a maior. Depois, centre-se na primeira dívida (a mais baixa), pagando o máximo que conseguir cada mês, nem que seja apenas 20 ou 30 euros a mais por mês (quanto mais melhor). Quando essa dívida estiver paga, comemore! Então peque no montante total que estava a pagar pela primeira dívida e acrescente esse valor ao pagamento da próxima dívida da lista. Continue este processo, com o montante suplementar aumentando, até conseguir pagar todas as suas dívidas. Isso pode levar vários anos, mas é um processo muito gratificante, e muito necessário.

Agora que conseguiu sair da zona crítica

Estes são os primeiros passos a tomar, as medidas de emergência. Enquanto estiver a aplicar os primeiros conselhos, começe também a aplicar estes:

1. Faça um orçamento. Eu sei, é complicado para a maioria de nós. Mas não é assim tão difícil, e se o fizer como deve ser é bastante simples. Eu aconselho fazer uma tabela simples. Faça um lista de todas as suas despesas regulares (pagamento da casa, automóvel, electrodomésticos, Televisão e Internet, etc) e os respectivos montantes e, em seguida, as despesas variáveis (mercearia, gasolina, comer fora, etc) e, em seguida, as despesas irregulares (coisas como a manutenção do carro ou tratamentos médicos, coisas que não aparecem todos os meses, mas que pode dividir em pequenas quantias mensais - se gastar 600 euros por ano em manutenção automóvel, no orçamento mensal vai ficar em 50 euros). Agora comprare o total com o seu rendimento. As despesas devem ser menores.

2. Os pagamentos. Se possível pague as suas contas sem ser por debito directo. Isto porque assim voçê têm um controlo maior dos seus gastos. Pague por transferência bancária, em cash ou por multibanco (em pagamento de serviços).

3. Poupe para as despesas irregulares. O segredo para garantir finanças saudáveis e manter o orçamento é de ter em conta todas as suas despesas irregulares, tais como seguros, manutenção ou reparação de veículos, presentes, médicos e outras coisas. Faça uma lista, uma estimativa da despesa anual, e começar a economizar para cada mês. De novo, se você gastar €600 em reparações automóveis, guarde €50 por mês para isso, e coloque esse valor na poupança. O melhor é criar uma conta só para esse fim. Então, e aqui está o segredo, quando estas despesas surgirem, use o dinheiro para esse fim! Dessa forma, pode utilizar o seu orçamento mensal para aquilo a que foi destinado, não para essas despesas inesperadas.

4. Use o sistema do envelope para despesas variáveis. Tais como comer fora e gasolina. Isto é opcional, mas é uma boa dica. Digamos que todos os meses destina um montante para gastar em gasolina, outro para mercearia, e outro para comer fora. Levante o dinheiro que quer para este três itens (por exemplo) no inicio do mês, e coloque-o em três envelopes separados. Dessa forma, pode saber facilmente quanto tem para cada uma dessas despesas, e quando acabar o dinheiro, vai perceber imediatamente. E se normalmente esgotar a quantia muito rápidamente, pode precisar repensar o seu orçamento.

5. Começa a pensar nos seus objectivos e planeá-los. Quando é que se quer aposentar? Quantas vezes deseja viajar? Quando quer comprar a sua casa de sonho? Quer poupar para a educação dos seus filhos? Pense no que quer da vida, e comece a planear como poupar para eles, especialmente quando já tiver feito tudo o que falei antes.

Depois de conseguir aplicar estes conselhos, certamente já conseguiu deixar o síndrome de viver-de-salário-em-salário . Mas, existe todo um mundo de opções de finanças pessoais disponíveis, incluindo aprender a investir o seu dinheiro para as suas metas. Mas, aprender a ultrapassar estas primeiras fases é muito importante.

Um comentário:

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